A bancada do PT na Câmara dos Deputados não deverá declarar apoio a nenhum candidato à sucessão de Arthur Lira (PP/AL) na Presidência da Casa neste momento. A tendência, hoje, é a de que nenhum anúncio seja feito antes do segundo turno das eleições municipais. A decisão frustra as expectativas de Lira, que tem pressa para resolver a disputa e vinha declarando nos bastidores esperar desfecho para o tema.
A bancada se reuniu na tarde desta terça-feira (15) e ainda não tem posição unânime sobre qual candidato apoiará. De acordo com relatos de participantes, de um lado há deputados que defendem escolha e anúncio já neste momento. De outro, parlamentares pedem que nenhuma decisão seja tomada de forma apressada.
Apesar disso, há avaliação entre alguns petistas de que é preciso seguir o caminho da convergência, para evitar atritos internos na base de apoio ao Governo Federal na Câmara e enfrentamento a Lira. O PT é considerado o “fiel da balança” na eleição da Mesa Diretora, com os três candidatos no páreo brigando para atrair o apoio do partido de Lula.
O líder da bancada do PT na Câmara, Odair Cunha (MG), disse após a reunião que “possivelmente” a decisão do partido será tomada somente após o fim das eleições municipais, mas evitou definir prazo. “Possivelmente depois do segundo turno. Nós não vamos estabelecer prazo, porque aqui o prazo é o dia da eleição. Agora, a conveniência política é que vai dizer o momento adequado e o processo de construção da bancada.”
Em outro momento, ele afirmou que a decisão será quando a bancada tiver amadurecido suficientemente o tema. “Será no momento adequado. Nem cedo nem tarde.” Odair Cunha também disse que o partido está discutindo qual tese seguirá: a permanência no “blocão” formado para reeleger Lira em 2023 (com todos os partidos, exceto Novo e Psol) ou se o PT irá “produzir um novo bloco” na Casa.
“Nessa tese de permanência, nós temos uma candidatura que significa a convergência dessas forças políticas, que é o Hugo Motta. Nós estamos em um processo de consultas, iniciamos hoje esse debate aqui na Casa e vamos aprofundar. Temos tempo, o tempo está a nosso favor”, disse.
“A nossa percepção geral é que a maioria da bancada tende pela candidatura da convergência. Nós não queremos acirrar um processo de disputa aqui na Casa. Uma disputa acirrada não é boa para os interesses do PT nem aos interesses do governo”, afirmou.
Nova reunião da bancada está prevista para ocorrer no dia 29. A Executiva do partido terá encontro no dia 28. Além disso, o líder do partido deverá procurar os três candidatos para organizar encontros com os deputados petistas.
Nos bastidores, Lira afirma desde o início do ano que o PT se comprometeu a apoiar quem ele indicasse para sua sucessão. Até agora, no entanto, não houve a decisão, o que tem contribuído para os sucessivos atrasos nos prazos do presidente da Câmara para anunciar publicamente o candidato.
Por outro lado, há pressa de Lira. Aliados dele reconhecem que, a cada dia que se passa, ele perde poder de influência entre os colegas. O próprio deputado pediu a Lula um gesto de apoio ao nome de Hugo Motta.
Também ontem, pela manhã, a Executiva da bancada (grupo menor de deputados) petista se reuniu em um primeiro encontro. Os parlamentares também defenderam evitar atritos entre os partidos que integram a base de Lula. Há avaliação de que brigas internas podem ser prejudiciais para a governabilidade.
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POSTADA POR GOMES SILVEIRA
FONTE :O ESTADO
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