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sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

POLICIA - Prefeito eleito e empresário são alvos de operação da PF contra compra de votos no CE; veja esquema

prefeito eleito de Choró, Bebeto Queiroz (PSB), foi alvo de um mandado de prisão preventiva, na Operação Vis Occulta, deflagrada nesta quinta-feira (5) pela Polícia Federal (PF) contra um esquema criminoso de compra de votos em dezenas de municípios cearenses. Entretanto, o político não foi localizado pelos policiais e é considerado como foragido. Um empresário - que já estava detido - teve um mandado de prisão cumprido. 

Durante a investigação, a Polícia Federal também colheu indícios de que um tenente da Polícia Militar do Ceará (PMCE) cometeu crimes no exercício da função. As informações foram enviadas para a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD), para investigar o caso.

Bebeto Queiroz chegou a ser preso temporariamente no dia 23 de novembro último, mas foi solto com o término do mandado de prisão. Na ocasião, ele era alvo da Operação Ad Manus, realizada pelo Ministério Público do Ceará (MPCE), Polícia Civil do Ceará (PCCE) e Polícia Federal (PF) para combater irregularidades em contratos públicos do Município de Choró.

A Operação Vis Occulta foi deflagrada, nesta quinta (5), como resultado de uma investigação contra compra de votos "em dezenas de municípios", segundo a PF. A reportagem apurou que, entre essas cidades, estão Choró e Canindé. Em outra operação contra compra de votos, a 'Mercato Clauso', deflagrada em outubro deste ano, a PF já havia apreendido R$ 600 mil em espécie que pertenciam ao mesmo esquema criminoso.

A reportagem apurou que as investigações apontam que Bebeto Queiroz seria o líder de um esquema criminoso de "Caixa 2", que envolvia contratos públicos direcionados a empresas vinculadas à organização criminosa. Como contrapartida, esses recursos eram destinados ao financiamento ilícito de campanhas eleitorais nas cidades cearenses.

R$ 318 milhões
é o valor total de contratos que a suposta organização criminosa tem com mais de 50 municípios cearenses, segundo a investigação. O principal serviço prestado é o de transporte escolar. Um dos proprietários das empresas é o empresário Maurício Gomes Coelho, que foi alvo do outro mandado de prisão, na Operação Vis Occulta.

Além dos dois mandados de prisão, a PF, o Ministério Público Eleitoral (MPE) e a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Ceará (Ficco/CE) cumpriram sete mandados de busca e apreensão e medidas cautelares contra cinco investigados - como o recolhimento domiciliar noturno e o uso de tornozeleira eletrônica. Os outros alvos são 'laranjas' e operadores logísticos e financeiros da organização criminosa.

As defesas do prefeito eleito Bebeto Queiroz e do empresário Maurício Gomes Coelho não foram localizadas pela reportagem. O espaço segue aberto para a manifestação dos investigados.

Empresário é suspeito de tentativa de homicídio

O empresário Maurício Gomes Coelho, alvo de mandado de prisão nesta quinta-feira (5), já estava preso por uma tentativa de homicídio ocorrida no Município de Canindé. Ele foi detido em um condomínio de alto padrão no bairro Benfica, em Fortaleza, no dia 8 de novembro deste ano. O processo tramita em segredo de justiça.

Com o empresário, foram apreendidos uma pistola 9 milímetros, 12 munições, três rádios comunicadores, dois celulares e um colete balístico. O suspeito também foi autuado em flagrante pelo crime de porte ilegal de arma de fogo de uso restrito.

No último dia 18 de novembro, o Ministério Público do Ceará denunciou Maurício Coelho pelo crime de porte ilegal de arma de fogo de uso restrito. Na denúncia, o MPCE pontua que o acusado apresentou "o Certificado de Registro de Arma de Fogo, bem como a Guia de Tráfego Especial", entretanto "tais documentos, além de se encontrarem há cerca de 07 (sete) meses fora da validade, a autorização para transportar o referido artefato bélico era do local de origem, o qual foi registrado como sendo no município de Canindé/CE, para o estande de tiro, o que demonstra, por conseguinte, que o acusado estava portando arma defogo sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar".

Suspeita sobre o policial militar

Ao investigar a compra de votos no Ceará, a Polícia Federal levantou indícios de crimes cometidos por um tenente da Polícia Militar, que devem ser investigados pela CGD. Ele não foi alvo da Operação Vis Occulta.

A reportagem apurou que o oficial da PMCE é suspeito de liberar pessoas e veículos em abordagens realizadas pela Polícia Militar e de mandar retirar o patrulhamento policial das ruas para que houvesse circulação e distribuição de dinheiro durante as Eleições 2024.

Mandados de prisão e de busca e apreensão foram cumpridos pela Polícia Federal em Fortaleza
Legenda: Mandados de prisão e de busca e apreensão foram cumpridos pela Polícia Federal em Fortaleza
Foto: Divulgação/ PF


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POSTADA POR GOMES SILVEIRA

FONTE :DN

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