O policial penal Pedro Jorge Castro Moura, 40, que matou um adolescente de 17 anos, em uma festa de Carnaval, foi afastado da função pública pela Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário do Ceará (CGD). O homicídio ocorreu no dia 1º de março deste ano, em Canindé, no Interior do Ceará.
A CGD publicou uma portaria no Diário Oficial do Estado (DOE) da última quinta-feira (13), que instaurou Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra Pedro Jorge e o afastou preventivamente das funções na Polícia Penal do Ceará. A defesa do policial penal não foi localizada, mas o espaço segue aberto para futuras manifestações.
A portaria cita que "foram veiculados, nas redes sociais, um vídeo, após o ocorrido, em que o servidor aparece supostamente armado e com sintomas de embriaguez".
Veja o vídeo:
Além do PAD, Pedro Jorge Castro Moura responde a um inquérito policial por homicídio, instaurado por portaria na Delegacia Regional de Canindé, da Polícia Civil do Ceará (PCCE). O suspeito foi levado à delegacia após o crime, mas não foi preso em flagrante, e responde às investigações em liberdade.
Versões sobre o caso
Conforme documentos obtidos pelo Diário do Nordeste, pelo menos 11 testemunhas do caso foram ouvidas pela Delegacia Regional de Canindé, até a publicação desta matéria. As testemunhas, em maioria, apontam que vítima e suspeito se encaravam e entraram em luta corporal, que terminou com um disparo fatal.
À Polícia Civil, Pedro Jorge alegou que o jovem o encarou e disse "aqui é GDE" (referência à facção criminosa Guardiões do Estado), quando ele respondeu "eu não tô preocupado com o que você é, não". Depois, o adolescente teria o agredido com um soco no seu peito, o qual ele revidou.
Segundo o policial penal, outro homem chegou por trás e também o agrediu. O adolescente teria tentado pegar a sua pistola, que estava na cintura, quando Pedro o empurrou, sacou a arma e disparou apenas um tiro. O disparo atingiu o abdômen do adolescente, que foi socorrido ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos.
Uma amiga do jovem, que testemunhou o caso, contou à Polícia que "o policial penal e a vítima estavam trocando encaradas" e "viu quando o seu amigo falou alguma coisa para o policial e começaram uma discussão". Porém, ela disse que não ouviu o que o amigo e o policial penal falaram um para o outro, mas sabe que o adolescente foi questionar o suspeito por que estava olhando para ele.
"Seu amigo então empurrou o policial, que chegou a cair no chão. Ao se levantar, o policial sacou a arma e disparou contra [...] (o adolescente de identidade preservada). Chegando a acertar também um chute na região da cabeça", completou a depoente.
Um familiar da vítima endossou que o jovem teria se incomodado com "encaradas" do agente e foi tirar satisfação. Em meio ao bate-boca, os dois entraram em luta corporal. O policial penal, então, teria sacado a arma e disparado o tiro no jovem "à queima-roupa".
Já a Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização do Ceará (SAP) afirmou, em nota, que "dois indivíduos agrediram fisicamente e tentaram tomar a arma de um policial penal do sistema prisional do Ceará. A tentativa resultou em luta corporal e o servidor público acabou por atingir um dos indivíduos com um disparo na região abdominal".
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