O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), informou, nesta quinta-feira (24), que o colégio de líderes decidiu adiar a análise do requerimento de urgência do projeto da anistia aos condenados pelo 8 de janeiro.
Segundo o político, líderes que representam mais de 400 parlamentares na Casa concluíram que o tema não deveria entrar na pauta da próxima semana. Somente PL e Novo defenderam que o pedido deveria ser discutido imediatamente.
O adiamento não significa que não haverá diálogo sobre o tema. Motta ponderou que, na Casa, "ninguém está concordando com penas exageradas ou é a favor de injustiça". "Há um sentimento de convergência de que algo precisa ser feito", declarou.
Contudo, o presidente disse que o colégio de líderes ainda não debateu a criação de uma eventual comissão especial da anistia.
Oposição quer que PL da anistia seja analisada logo
Após o pronunciamento de Motta, o líder da oposição na Câmara, Zucco (PL-RS), apontou que a obstrução ensaiada por apoiadores da anistia deve ser retomada. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), reforçou que esse será o caminho. "Nossa obstrução é dentro do regimento, não é total", afirmou.
Conforme Sóstenes, a ideia é fazer alterações no texto para restringir o benefício a quem participou de forma comprovada, com vídeos, da depredação do patrimônio.
O atual texto do projeto de lei da anistia, do deputado Rodrigo Valadares (União-SE), pode beneficiar diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Isso porque o projeto quer anistiar "todos que participaram de eventos subsequentes ou eventos anteriores aos fatos acontecidos em 08 de janeiro de 2023, desde que mantenham correlação com os eventos acima citados".
Hugo Motta e Sóstenes devem se encontrar
Há uma previsão de encontro entre Motta e Sóstenes ainda na tarde desta quinta-feira (24). Nessa quarta (23), o líder do PL na Câmara foi reclamar com o senador Ciro Nogueira (PP-PI), um dos principais aliados de Motta, sobre a falta de diálogo do presidente da Câmara com o PL sobre anistia. Ciro disse que logo Motta daria um prazo a ele.
Na segunda-feira (21), o presidente da Casa já havia afirmado preferir "gastar energia" em temas como saúde, educação e segurança em vez da anistia aos presos do 8 de janeiro.
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