O prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão (PT), evitou falar sobre as investigações da Polícia Federal contra o deputado federal Júnior Mano (PSB). O parlamentar é investigado por suspeita de desvio de recursos de emendas parlamentares e interferência em campanhas eleitorais em municípios cearenses.
Evandro disse que seria uma "precipitação" falar sobre o assunto. "E não só precipitação, como não seria razoável e justo, eu falar alguma coisa, tecer qualquer tipo de comentário de algo que eu não tenha um conhecimento mais aprofundado", reforçou. A declaração foi feita ao Diário do Nordeste antes da reunião do secretariado da Prefeitura de Fortaleza, nesta sexta-feira (10).
Eleito pelo PL, Júnior Mano foi expulso do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por ter anunciado apoio a Evandro na disputa pela Prefeitura de Fortaleza em 2024. O petista concorria com um candidato do PL, o também deputado federal André Fernandes (PL).
"Eu não me sinto à vontade de falar num assunto que eu não tenho conhecimento. Aliás, ainda está nesse período de investigação, portanto, não seria razoável, da minha parte, eu estar tecendo maiores comentários".
A resposta do prefeito segue linha parecida da adotada por outras lideranças do grupo político, como o governador Elmano de Freitas (PT). Em entrevista a Live PontoPoder, Elmano disse que "é preciso deixar a investigação acontecer" para que se possa emitir qualquer opinião sobre o assunto. "Não devemos inocentar nem absolver. Agora, evidentemente, eu parto da premissa do que conheço das pessoas, de que elas são inocentes", disse Elmano.
Caso Júnior Mano
O deputado federal Júnior Mano foi um dos alvos da operação Underhand da Polícia Federal, na última terça-feira (8). Nela foram cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao parlamentar em Brasília e no Ceará, incluindo o gabinete dele na Câmara dos Deputados.
Além dele, outras seis pessoas também foram alvo dos mandados. O cumprimento de ordens ocorreu em Fortaleza, Nova Russas, Eusébio, Canindé e Baixio. No total, foram 15 mandados expedidos pelo Supremo Tribunal Federal.
O núcleo criminoso é suspeito de articular o direcionamento de verbas públicas a determinados municípios cearenses mediante contrapartidas financeiras ilícitas, além de influenciar procedimentos licitatórios por meio de empresas vinculadas ao grupo.
Além dos mandados de busca, foi determinado o bloqueio de R$ 54,6 milhões em contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas investigadas. Conforme a PF, a medida visa interromper a movimentação de valores de origem ilícita e preservar ativos para eventual reparação ao erário.
Os alvos são investigados pelos crimes de organização criminosa, captação ilícita de sufrágio, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica com finalidade eleitoral.
Em nota, o deputado federal afirma, por meio da sua assessoria de imprensa, não ter participação em processos licitatórios, ordenação de despesas ou fiscalização de contratos administrativos.
"Como parlamentar, o deputado não exerce qualquer função executiva ou administrativa em prefeituras, não participa de comissões de licitação, ordenação de despesas ou fiscalização de contratos administrativos", diz a nota.
Ele declara, ainda, que confia nas instituições, em especial no Judiciário e na PF, e reitera "o compromisso com a legalidade, a transparência e o exercício probo da função pública". Por fim, afirma ter plena convicção de que "a verdade dos fatos prevalecerá, com o completo esclarecimento das circunstâncias e o reconhecimento de sua correção de conduta."
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