O senador Cid Gomes (PSB) afirmou, em tom de brincadeira, que se prontificou a usar uma retroescavadeira para auxiliar na desocupação do plenário do Senado Federal. O espaço está tomado, desde a última terça-feira (5), por senadores bolsonaristas, entre eles o cearense Eduardo Girão (Novo).
A declaração ocorreu após a reunião de líderes, convocada pelo presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), para chegar a uma solução para o impasse. Os parlamentares bolsonaristas exigem anistia para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e apoiadores, além do impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federa (STF).
Por outro lado, de acordo com Cid Gomes, a maior preocupação dos governistas é com o risco de que a medida provisória que eleva a isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até dois salários mínimos, equivalentes a R$ 3.036,00, perca a validade.
"Essa MP é urgente, ou trará prejuízo para 10 milhões de brasileiros na faixa de dois salários mínimos, então será votada de forma virtual", disse. A apreciação da proposta deve ocorrer na sexta-feira (7).
"E, na semana que vem, o que ouvi do presidente é que ele não aceitará (a ocupação). Semana que vem, é como quem diz: 'Por bem ou por mal, na semana que vem teremos sessão no plenário'", completou o parlamentar.
"Qualquer coisa, até me prontifiquei a colocar uma retroescavadeira aí", brincou Cid na entrevista para a imprensa.
Eduardo Girão
Por outro lado, o senador Eduardo Girão tem sido um dos nomes mais ativos na ocupação do plenário do Senado. O político tem mantido uma agenda de revezamento com outros colegas para seguir no local e impedir o retorno dos trabalhos. O cearense é um crítico contumaz da atuação dos ministros do STF e tem como uma das principais bandeiras a defesa de investigações contra os magistrados.
Em entrevista ao PontoPoder, ele justificou sobre a ocupação da Casa alegando que o País enfrenta uma "ditadura da toga".
"É para fazer com que nós tenhamos de novo um Senado independente, tenhamos efetivamente uma separação dos poderes, porque hoje tem um poder claramente esmagando os demais. Você vê as leis, a gente produz e vai lá um ministro, que não foi eleito por ninguém, com uma canetada (anula). A gente debate durante décadas as leis, várias leis, e vai lá os ministros e desfazem tudo, então é hora de o Congresso se dar o respeito", concluiu.
Cid e a retroescavadeira
Ao citar a retroescavadeira, Cid Gomes faz menção indiretamente ao episódio em que usou o maquinário para desocupar batalhão policial invadido por agentes amotinados, em 2020. O caso ocorreu em Sobral, berço político de senador.
À época, Cid deu "cinco minutos" para que os agentes desocupassem no 3º Batalhão da Polícia Militar do município. Sem acordo, ele tentou derrubar o portão do local, contudo, acabou virando alvo de disparos de armas de foco. O político foi baleado e ficou com dois projéteis alojados, um ao lado da costela e outro no pulmão esquerdo, além de um fragmento de projétil.
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