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segunda-feira, 12 de março de 2012

Discussões, pré-candidatos, mas poucas propostas



Há quem antipatize com a atual gestão municipal, da prefeita Luizianne Lins (PT), porque não concorda com a condução das políticas públicas prioritárias. Há quem também admire o modelo e defenda que ela [gestão] precisa ser continuada e que pode, sim, eleger um sucessor. Para falar bem ou mal, existem muitos adversários e aliados.
Na verdade são os pré-candidatos à Prefeitura de Fortaleza nas eleições deste ano. O fato, porém, é a inexistência, até o momento, de propostas que viabilizem, de fato, alguma mudança ou continuidade da atual administração municipal. A população reclama, mas, assim figura aparentemente a disputa eleitoral deste ano.

Para o aposentado Enéas Oliveira, 71 anos, a maior preocupação, neste momento, dos partidos políticos é discutir alianças.

“Não vejo ninguém [siglas] apontando soluções para o trânsito caótico, por exemplo. Leio os jornais [e] só vejo briga por disputa de espaço”, reclamou. A estudante Lidiana Ricarte, 24 anos, também fez críticas à falta de debate nas Casas Legislativas neste sentido.

Segundo ela, os partidos, por meio de seus parlamentares, poderiam sugerir soluções para os problemas enfrentados pela população ao invés de discutir nomes, ou alianças. “Talvez, isso seja importante. Mas, nós [população] queremos soluções”, disse.
Acontece que, segundo o presidente do PSDB, Marcos Cals, o período eleitoral, inclusive os meses que antecedem as campanhas propriamente ditas, serve para muitas discussões, até mesmo fazer um “raio X” da atual gestão.

Quanto às propostas, ele avalia que “o momento é para escutar, dar voz à população e, desta forma, formatar o plano de governo” que, no período oportuno, será apresentado ao eleitorado. Em sua opinião, caso haja antecipação das etapas eleitorais, o projeto corre o risco de ficar “envelhecido”.


Já André Figueiredo, presidente do PDT, afirmou que o projeto Pacto por Fortaleza, de autoria do vereador Salmito Filho (PSB), amplamente discutido com a sociedade civil e a classe universitária, representa o diagnóstico da cidade de Fortaleza e, desta forma, será instrumento base para discutir propostas, sobretudo na educação, saúde e mobilidade urbana. Ainda assim, Figueiredo afirma que outros pontos serão pensados para diferenciar do atual projeto político, que, segundo ele, nos últimos oito anos paralisou Fortaleza.
MONTAGEM DO PROJETO
Para Karlos Kardoso, presidente municipal do PSB, as reivindicações ainda são muito genéricas, mas, a legenda iniciou, no último dia 3 de março, uma série de seminários, denominado Atitude 40, com a população para que, caso contrário, o partido decida lançar candidato próprio possa sugerir seu projeto de governo. Hoje, a sigla faz parte de um arco de aliança com PT, PMDB, PCdoB, dentre outras siglas.
Pelo projeto Atitude 40, o partido pretende montar um projeto político e administrativo, que, segundo Kardoso, proporcionará uma visão macro da Capital, principalmente dos bairros – é neles que estão os problemas. Disse também que, até o final de junho, o PSB apresentará propostas à população. Segundo ele, ao invés de discutir nomes, realmente, é preciso aprofundar o diálogo com a população, inclusive ouvindo outras legendas.
SÓ EM JUNHO
Segundo o presidente municipal da legenda, Raimundo Ângelo, embora o PT tenha a compreensão de que a atual gestão vem desempenhando uma boa administração, sobretudo nas políticas sociais, desde o ano passado, o partido realiza seminários e ciclos de debates para apresentar os trabalhos desenvolvidos pela administração petista e ouvir sugestões. Raimundo Ângelo disse ainda que, a partir do momento que concluir o debate eleitoral juntamente com os partidos aliados, irá apresentar novos projetos para Fortaleza.
Para o presidente regional do PTC, Marcelo Mendes, o partido tem discutido novos projetos, mas, sem prejuízo para as candidaturas, já que, a Justiça Eleitoral restringe algumas colocações. Mas, segundo ele, constantemente, parlamentares da legenda têm apresentado críticas, além de soluções, do atual modelo de gestão.

SAIBA MAIS
No ano passado, os candidatos a cargos no Executivo foram obrigados a apresentar, no ato do registro da candidatura na Justiça Eleitoral, o programa de governo. A norma, porém, não tem força jurídica para abertura de processo, no caso do não cumprimento das metas. Contudo, foi considerado por especialistas políticos um considerável avanço, pois é um forte instrumento de cobrança do eleitor.




Postada:Gomes Silveira
Fonte:O Estado

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