Fortaleza - Menos é mais

Vica completa cem dias no cargo, e sucesso do treinador demonstra que nova filosofia pode ser sacramentada
Mudar menos a comissão técnica pode ser mais rentável para os clubes de futebol, inclusive para quem luta por um acesso da Série C para a B do Campeonato Brasileiro. Dessa maneira, o Fortaleza vem mostrando a eficácia dessa medida, atravessando o ano com apenas dois técnicos.
O treinador lembra que, antes de chegar ao Pici, viveu má fase em Goiás

Pode parecer um assunto sem importância, mas desde sua chamada "Década de Ouro" que o clube não mantinha apenas dois técnicos ao longo de um ano. Em 2000, por exemplo, quando a equipe voltou a ser campeã estadual, só contou com Flávio Araújo e Ferdinando Teixeira.

Em 2001, esse número já aumentou: passaram pelo Tricolor Ferdinando Teixeira, Luís Antônio Zaluar, Luiz Carlos Martins, Aderbal Lana e novamente Ferdinando Teixeira, que encerrou o ano, de 23 de outubro a 31 de dezembro daquele ano. Em 2002, quatro profissionais passaram pelo cargo: Ferdinando Teixeira, Pedro Basílio (interinamente), José Carlos Amaral e Luiz Carlos Cruz.

Em 2003, houve um revezamento entre Luiz Carlos Cruz, Ferdinando Teixeira até Márcio Araújo encerrar a temporada.

E assim, sucessivamente, foram passando vários nomes pelo comando técnico do Tricolor. Em 2004, foram quatro treinadores trazidos para dirigir o grupo. Em 2005, cinco técnicos e assim por diante, até que em 2009, foram sete "professores" (Casemiro Mior, Mirandinha, Vladimir de Jesus - duas vezes -, Giba, Márcio Fernandes, Cleisson e Roberto Fernandes.

Neste ano, a diretoria fez mais economia na comissão técnica e só trouxe dois. Nedo Xavier disputou o Campeonato Cearense, iniciou a Série C e saiu, passando a bola para Vica, na luta pelo acesso do clube à Série B.

A nova política vai de acordo com a proposta do presidente Osmar Baquit e do diretor de futebol, Jorge Mota, que sempre disseram que gostam de trocar o mínimo possível de técnico.

Assim, ontem, Vica completou 100 dias à frente do grupo e se mostrou satisfeito com o resultado obtido até agora. Entretanto, restando, para ele, o acesso à Série B. O treinador do Leão não considera que seja algum salvador da pátria e reconhece que se o acesso não for atingido, terá trabalhado em vão para a história do clube, e até mesmo a sua.

Reviravolta

Para o comandante do Leão, comparando-se o primeiro semestre do ano com o segundo, houve uma reviravolta em sua carreira. "Ao me contratarem, o Fortaleza não estava contratando o Vica do Anapolina. Lá, passei várias partidas sem conseguir uma vitória", lembrou ele.

"Eu vinha fazendo um trabalho não muito bom lá, diria que até ruim. Para você ver como o futebol é dinâmico e a vida da gente também. E quando a gente fala que um treinador ou jogador saiu do inferno para o céu é a mais pura realidade. Mas aqui no Fortaleza as conquistas têm sido resultado de vários fatores, não apenas por minha causa", comentou o treinador.

SAIBA MAIS
Muitos técnicos e o tetra
Mas nem sempre mudar pouco é garantia de sucesso. E vice-versa. Quando foi tetracampeão estadual, por exemplo, o Fortaleza utilizou, em média, seis técnicos por ano naquele período. E mesmo assim chegou à conquista inédita em 2010. Em 2007, foram sete treinadores, em 2008, seis, em 2009, sete. Em 2010, foram quatro técnicos, sendo que Zé Teodoro passou duas vezes pelo clube, saindo invicto, mas não conseguindo o acesso à Série B

Treino fechado
Ontem, houve mais um treino fechado no Pici. A imprensa teve de ficar na sala de entrevistas, sem poder olhar para o campo, onde houve um coletivo. Ninguém pôde filmar nada, mas já se sabe que Vica tem uma dúvida entre Tiago Granja e Rafinha na lateral direita. A equipe provável para enfrentar o Icasa, domingo, no PV, será: Lopes; Tiago Granja (Rafinha), Micão, Fabrício e Guto; Elton, Careca, Jackson e Geraldo; Jailson e Assisinho

 

 

 

Postada:Gomes Silveira

Fonte:Diário do Nordeste

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