A retirada da passarela provisória na Avenida Washington Soares que dava acesso ao Centro de Eventos do Ceará (CEC) pegou muitos pedestres de surpresa na manhã de ontem, deixando-os sem alternativa para fazer a travessia. A única opção era correr por entre os carros na via.
Usuários da passarela se surpreenderam com a ausência do equipamento. A dificuldade de atravessar a avenida cresceu ainda mais FOTO: ALEX COSTA
Segundo o promotor Gilvan Melo, coordenador do Núcleo de Atuação Especial, Controle, Fiscalização e Acompanhamento de Políticas de Trânsito do Ministério Público Federal (MPF), o Governo do Estado será responsável por qualquer acidente ocorrido na avenida em virtude da falta da passarela.
Para ele, o desmonte das estruturas não poderia ter acontecido enquanto o projeto de uma nova passarela não fosse exposto pela Secretaria de Turismo do Estado do Ceará (Setur). Ele afirma que o prazo para a apresentação do documento terminou ontem, porém nada foi encaminhado ao MPF. Gilvan Melo também afirma que a atitude não vai passar em branco. "O Ministério Público vai tomar todas as providências para resolver essa situação. Vamos entrar com uma ação judicial para exigir a instalação de um novo equipamento", promete o procurador do MPF.
A Setur informou que, para minimizar os danos à população da área, vai pedir apoio à Polícia Rodoviária Estadual (PRE) para ajudar na complicada travessia dos pedestres na avenida. Isso ocorrerá até que seja encontrada uma saída paliativa ou então a conclusão definitiva do projeto, que será licitado somente no próximo ano e deverá demorar até que sejam iniciadas, executadas e concluídas as obras da nova passarela.
Dificuldade
A aposentada Emília Pinheiro, moradora do entorno do CEC, afirma que utilizava a passarela constantemente e não imaginava que haveria o desmonte. Assim como grande parte dos pedestres que chegaram a andar pelas estruturas, ela relata que a armação estava em condições precárias de conservação, com ferrugem nas instalações, tábuas e parafusos frouxos.
Para o projetista Carlos Alberto Rodrigues, que precisa fazer a travessia todos os dias, agora os pedestres terão de ficar à mercê da boa vontade dos motoristas. "O jeito é se arriscar. Agora que as universidades estão em período de férias, o fluxo de carros diminuiu, mas em dias normais, é um caos", reclama Carlos.
"A população foi enganada com toda essa situação. A passarela foi montada para os shows no Centro de Eventos e acabou ficando. Agora, com a retirada, é provável que se faça alguma coisa verdadeira para resolver de vez o problema. Não vai haver mais desculpas para não ter nada", afirma Carlos Alberto.
Postada:Gomes Silveira
Fonte:Diário do Nordeste
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