O papa, que alegou "não ter mais forças" para exercer o pontificado, já havia dado indícios da possível abdicaçãoCidade do Vaticano A fragilidade da saúde de Bento XVI chamou a atenção de seu biógrafo Peter Seewald em um encontro meses antes do anúncio da renúncia do pontífice. Em artigo publicado ontem no diário "Corriere della Sera", o escritor disse que o líder católico estava tão magro que os costureiros tinham dificuldade de ajustar suas roupas.
No último dia 11, Bento XVI, que tem 85 anos, anunciou que vai renunciar o pontificado, no dia 28 de fevereiro, devido à idade avançada, por "não ter mais forças" para exercer as obrigações do cargo FOTO: REUTERS
A audição do papa já não era a mesma, e ele não enxergava mais com o olho esquerdo, conta o jornalista. Quando Seewald perguntou se o pontificado de Joseph Ratzinger era o fim do velho ou significava o início do novo, o papa deu um sinal de sua possível abdicação, respondendo "ambos".
"Eu nunca tinha visto ele assim, com uma aparência tão exausta, tão desgastado", contou. "Você é o fim do velho ou o começo do novo? Eu perguntei ao papa em nossa última reunião. Sua resposta foi: ´Ambos´".
Seewald, ex-editor do semanário "Der Spiegel", da Bavaria, acompanhou Bento XVI de perto, publicando em 2010 uma biografia chamada "Luz do mundo". Em seu último encontro com o papa, ele perguntou o que as pessoas ainda poderiam esperar da liderança de Bento XVI. Com aspecto cansado o pontífice respondeu: "De mim, não muito. Eu sou um homem velho e já perdi minha força. Acho que já fiz o bastante", declarou.
No último dia 11, Bento XVI, que tem 85 anos, anunciou que vai renunciar o pontificado, no dia 28, devido à idade avançada, por "não ter mais forças" para exercer as obrigações do cargo.
O biógrafo também negou que o escândalo do "VatiLeaks" tenha sido a razão para a abdicação e que o papa meramente comentou que não havia entendido a decisão de seu ex-mordomo, Paolo Gabriele, de vazar informações do Vaticano.
Cristãos e judeus
O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, agradeceu o papa Bento XVI ontem por seus esforços em apoiar as relações frequentemente complicadas entre a Igreja Católica e os judeus, incluindo sua visita à Terra Santa em 2009.
"Também lhe agradeço por ter defendido bravamente os valores do Judaísmo e do Cristianismo durante seu mandato papal. Não tenho dúvidas de que esses valores não são menos críticos para garantir um futuro de segurança, prosperidade e paz".
Postada:Gomes Silveira
Fonte:Diário do Nordeste
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