O
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), revelou ontem um dos
temas que os governistas devem usar na CPI da Petrobras para desgastar o
ex-governador Eduardo Campos (PSB-PE), provável adversário de Dilma
Rousseff
em outubro.
Ao
defender que a comissão investigue assuntos não ligados à Petrobras,
Renan disse que a CPI deve apurar a relação do Ministério da Ciência e
Tecnologia com a empresa Ideia Digital, que faz campanhas eleitorais e
marketing político para o PSB.
"Ora,
como é que o Congresso vai investigar a Petrobras, e eu acho que deve
investigar sim, e não vai investigar o Metrô, o Porto de Suape, a
corrupção que houve com dinheiro público no Ministério da Ciência e
Tecnologia, que pagou inclusive marqueteiros nas campanhas eleitorais?",
disse Renan.
Campos
foi ministro de Ciência e Tecnologia no governo Lula. O senador Rodrigo
Rollemberg (PSB-DF), líder do PSB no Senado, ocupou a Secretaria de
Inclusão Social da pasta em 2003.
Senadores
do PT pretendem acusar o ministério de ter repassado de forma irregular
recursos para a empresa no período em que a pasta foi comandada pelo
PSB.
No
pedido de criação da CPI ampliada da Petrobras apresentado pelos
governistas, um dos tópicos pede que a comissão de inquérito investigue o
"superfaturamento de convênios e contratos" de "projetos na área de
tecnologia da informação usando recursos da União".
O
tema foi descrito de forma genérica pelo PT justamente para tentar
vinculá-lo a Campos. Os petistas ameaçam relembrar investigação da
Polícia Federal, revelada no ano passado, que apontou suspeita de
superfaturamento e desvios de verbas em programa de implantação de
internet grátis por meio da Ideia Digital com verbas do Ministério da
Ciência e Tecnologia.
Na
época da assinatura do convênio (2009), Campos não era mais ministro,
mas a pasta estava sob controle do PSB. Segundo a apuração, o desvio de
verbas teria sido usado para pagar Duda Mendonça e campanhas do PSB e
PSD.
Em
nota, o PSB afirma que o Ministério da Ciência e Tecnologia, na gestão
de Campos, não destinou nenhum recurso à empresa Ideia Digital.
Postada:Gomes Silveira
Fonte:O Estado
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