A disputa pelo Governo do Estado do Ceará deve pautar boa parte das movimentações políticas no cenário local durante o próximo ano, mas também foi tema central durante o ano de 2021, que termina sem grandes certezas para o pleito. A tendência é que as indefinições permaneçam no mínimo até abril, no período em que ocorrerá a janela partidária e com o prazo final para a desincompatibilização de agentes públicos para disputar as eleições.A principal expectativa recai sobre a definição do candidato da base governista, a ser indicado pelo PDT para suceder o atual governador Camilo Santana (PT). São estudados os nomes da atual vice-governadora, Izolda Cela; do presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, Evandro Leitão; do titular da Secretaria do Planejamento e Gestão do Ceará (Seplag), Mauro Filho; e do ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio.
Os quatro vêm articulando nos bastidores para viabilizar seus nomes à sucessão. Evandro Leitão vem sendo elogiado pelo desempenho à frente da Assembleia Legislativa em seu primeiro ano de mandato, também expandindo sua influência no interior com a realização de ações da casa em diferentes municípios. Roberto Cláudio conta com o recall da gestão na Prefeitura de Fortaleza, maior colégio eleitoral do estado, e já foi apontado pelo senador Cid Gomes (PDT) como o nome mais forte até o momento, mas enfrenta resistência em alas da base do governo, principalmente no PT. Mauro Filho, que acumula experiência na gestão estadual há vários mandatos, é aliado de longa data do grupo governista e é apontado como o principal responsável pelas conquistas econômicas do Ceará no período. Izolda, por sua vez, terá a máquina na mão durante a maior parte de 2022, levando consigo também o apelo da área da educação, considerada uma das principais marcas da gestão atual.
A situação de Izolda se difere da dos demais, uma vez que ela deve assumir o mandato de governadora já no primeiro semestre de 2022, com a saída de Camilo para disputar o Senado Federal. Desse modo, ela permanecerá por pelo menos sete meses no cargo e, se for escolhida pelo partido para disputar o pleito, já estará tentando a reeleição. Essa perspectiva acaba também despertando o interesse de aliados do governo, de outros partidos, que teriam interesse em fazer a fila da sucessão andar mais rápido – com Izolda eleita em 2022, ela teria que terminar o mandato em 2026, de modo que outra legenda já teria melhores chances de passar na frente para indicar candidato na eleição seguinte.
Com isso, o PDT acaba repetindo – ainda que de modo informal – o cenário dos meses que antecederam a eleição à Prefeitura de Fortaleza em 2020, quando o partido lançou cinco nomes de possíveis pré-candidatos. À época, o atual prefeito José Sarto participou de debates com quatro outros nomes da legenda que também disputavam a indicação das lideranças internas do PDT.
A vaga para a candidatura a vice-governador também é ponto sensível nas negociações da base governista, uma vez que o amplo leque de partidos que hoje a integram buscam ocupar mais espaço. O ex-vice-governador Domingos Filho (PSD), que se fortaleceu na base na última eleição municipal, já demonstrou interesse no posto e deve chegar à mesa de negociação com força atrelada a seu nome. O PT também busca ampliar espaço no governo, na perspectiva de abrir mão de uma candidatura para apoiar o PDT.
PT
Esse ponto, inclusive, é motivo de polêmica dentro do partido, onde parte de seus integrantes defende romper com o grupo pedetista e lançar nome próprio. O assunto foi pautado no cenário local ao longo deste ano principalmente pelo deputado federal José Airton Cirilo, que considera essencial que o partido tenha candidatura ao Governo do Estado – entre outros motivos, para fortalecer no Ceará o palanque de apoio à candidatura de Lula à Presidência.
Os principais nomes avaliados, na hipótese de o PT seguir essa linha, seriam o do próprio José Airton e o da deputada e ex-prefeita de Fortaleza Luizianne Lins, que também rejeita o grupo liderado pelos Ferreira Gomes. No entanto, a tendência hoje aponta para a manutenção da aliança, com as principais lideranças do partido no Ceará defendendo a continuidade da parceria.
União Brasil
O pré-candidato da oposição de maior expressão no momento é o deputado federal Capitão Wagner (Pros), cuja situação também encontra indefinição, em certo nível. No seu caso, a decisão pendente diz respeito ao comando do União Brasil no estado do Ceará, partido ao qual ele deverá se filiar para disputar o Governo do Estado.
Wagner decidiu deixar o Pros para buscar uma legenda capaz de lhe dar mais musculatura para a eleição de 2022, incluindo verbas do fundo eleitoral e condições de negociação para atrair aliados. O União Brasil, resultado da fusão entre DEM e PSL, seria a solução ideal para sua candidatura, mas esbarra em um empecilho: os dois partidos hoje representam interesses diferentes no Ceará, com o DEM integrando a base do governo, liderado pelo hoje senador Chiquinho Feitosa. Há indefinição sobre se o comando do União, quando for firmado, ficará com Wagner ou com Chiquinho, o que também pode ser definidor para o pleito.
Apesar da expectativa sobre o mês de abril, outra parcela considerável das definições deve ficar só para as semanas que antecedem o início da campanha eleitoral, no período em que são feitas as convenções partidárias. Isso vale principalmente para o grupo governista, que tradicionalmente deixa para oficializar candidatos ao Poder Executivo em cima da hora – foi o que aconteceu em 2014 com Camilo, por exemplo, que foi indicado pelo então governador Cid Gomes.
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POSTADA POR GOMES SILVEIRA
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