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sexta-feira, 18 de julho de 2025

CEARÁ - Número de feminicídios registrado em junho deste ano é o maior em um mês, no Ceará, desde 2018

Um feminicídio a cada três dias. O número de assassinatos de mulheres, em razão do gênero, no Ceará, em junho de 2025, foi o maior registro deste tipo de crime, em um mês, desde 2018 - quando a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS) começou a contabilizar os crimes como feminicídios.

feminicídios foram registrados no Ceará, em junho de 2025, conforme dados coletados e divulgados pela Superintendência de Pesquisa e Estratégia de Segurança Pública (Supesp). Até então, o maior registro mensal deste crime, no Estado, tinha ocorrido em janeiro de 2023, com 7 feminicídios.

O número de feminicídios registrado no primeiro semestre do ano corrente também é o maior, entre todos os primeiros semestres, desde 2018: 24 crimes. O primeiro semestre de 2023 teve 23 feminicídios.

Camile, Cleia, Lorena e Rafaela foram algumas das vítimas da violência contra a mulher, em junho deste ano. Elas foram mortas por atuais ou ex-companheiros, por um vizinho e até por um filho.

Conforme as estatísticas, as vítimas de feminicídios ocorridos no último mês têm entre 18 e 51 anos, e a maioria (seis mulheres) foi assassinada no turno da madrugada (entre 0h e 5h59). Três mulheres foram mortas na noite (entre 18h e 23h59) e duas, no turno da tarde (entre 12h e 17h59).

A maioria das mulheres (seis também) foi morta com uso de armas brancas (facas ou similares). Sobral e Juazeiro do Norte foram os municípios que tiveram mais feminicídios no período - dois, cada.

Confira a lista de feminicídios em junho de 2025:

  • Vítima de 27 anos, morta em Sobral, no dia 2 de junho, com uso de outros meios;
  • Vítima de 18 anos, morta em Trairi, no dia 13 de junho, com uso de arma branca;
  • Vítima de 43 anos, morta em Beberibe, no dia 15 de junho, com uso de outros meios;
  • Vítima de 29 anos, morta em Juazeiro do Norte, no dia 17 de junho, com uso de arma branca;
  • Vítima de 38 anos, morta em Barbalha, no dia 20 de junho, com uso de arma branca;
  • Vítima de 26 anos, morta em Várzea Alegre, no dia 22 de junho, com uso de arma branca;
  • Vítima de 44 anos, morta em Juazeiro do Norte, no dia 23 de junho, com uso de arma de fogo;
  • Vítima de 22 anos, morta em Sobral, no dia 25 de junho, com uso de arma de fogo;
  • Vítima de 33 anos, morta em Crateús, no dia 26 de junho, com uso de arma de fogo;
  • Vítima de 51 anos, morta em Meruoca, no dia 28 de junho, com uso de arma branca;
  • Vítima de 39 anos, morta em Canindé, no dia 28 de junho, com uso de arma branca.

Como aconteceram os crimes

Quatro feminicídios ocorridos em junho deste ano foram noticiados pelo Diário do Nordeste. Lorena Ferreira, de 18 anos, foi decapitada pelo vizinho, em Trairi, no dia 13. Dois dias depois, o suspeito de cometer o crime, um homem de 62 anos, morreu no hospital, em consequência de um linchamento cometido por populares, que ficaram revoltados com o feminicídio. O crime teria sido motivado por uma paixão não correspondida.

Rafaela de Lima Almeida, 22, foi esfaqueada pelo ex-marido, em Juazeiro do Norte, no dia 17, e morreu quatro dias depois, no Hospital Regional do Cariri, onde estava internada. O suspeito, de 34 anos, foi preso no dia seguinte ao crime.

Camile Alves da Silva, 22, foi morta pelo ex-namorado, em Sobral, no dia 25. O suspeito, o agende de saúde Paulo Jander Policarpo da Silva, 37, não aceitava o fim do relacionamento amoroso. Após cometer o crime, ele tirou a própria vida.

Já Cleia Guimarães dos Santos, 51, foi morta pelo próprio filho, em Meruoca, no dia 28. Yago Conceição Guimarães dos Santos Araújo, 29, foi preso em flagrante. Mãe e filho teriam discutido antes do crime.

Responsabilização 'não está surtindo efeito', afirma socióloga

A socióloga e pesquisadora da Rede de Observatórios da Segurança, Fernanda Naiara Lobato, analisa que "os feminicídios explodem em diferentes regiões do Ceará, não se concentram só na capital Fortaleza. Esse é um fenômeno que representa muito do que a gente já vem conversando sobre o aumento dos números de feminicídios e também a estabilização desses números. A gente vem de 2023 e 2024 com mais de 40 feminicídios por ano".

Para a socióloga, o aumento de feminicídios representa que "o Estado não está conseguindo garantir canais de denúncia e formas de prevenção proteção".

A responsabilização para esse tipo de crime e de violência também não está surtindo efeito. A gente está diante de um Estado que vem apresentando um aumento no encarceramento, mas que não vem apresentando uma resposta com relação a alguns tipos de crimes, como a violência contra a mulher e os feminicídios. Então essa é uma análise importante. Na verdade, é um questionamento que as políticas públicas precisam responder."
Fernanda Naiara Lobato
Socióloga

Segundo Fernanda Naiara, o feminicídio é o resultado de "outras violências que já vêm acontecendo, de ameaças". "É possível prevenir os feminicídios e quebrar um ciclo de violência, quando a gente tem canais de denúncia, canais de proteção e de acolhimento, junto com a responsabilização dos agressores", acrescenta.

A socióloga lamenta que "nós estamos diante de uma sociedade que naturaliza a violência contra a mulher, a violência de gênero e os feminicídios". "O feminicídio vai ser a 'ponta do iceberg' de outras discussões, de outras ameaças, de um comportamento violento, ostensivo, de dominação masculina, de posse, que já estão alertando para uma relação violenta", conclui.

Estado diz que 'tem intensificado esforços'

Questionada sobre o aumento de feminicídios em 2025, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará afirmou, por nota, que "tem intensificado esforços para enfrentar o cenário do feminicídio no estado, reforçando ações para segurança das mulheres".

A SSPDS destacou a inauguração da 2ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Fortaleza, no bairro Papicu, em 31 de março deste ano, e 11ª DDM do Estado. As outras unidades ficam localizadas em Maracanaú, Caucaia, Pacatuba, Iguatu, Crato, Juazeiro do Norte, Icó, Sobral e Quixadá.

Como parte da nova reestruturação das Forças de Segurança do Ceará sancionada, em dezembro de 2024, pelo governador do Ceará, Elmano de Freitas, a SSPDS, por meio da Coordenadoria de Defesa Social (Codes), responsável pelo fortalecimento dos laços de cooperação entre a sociedade e a segurança pública, criou uma célula de Proteção à Mulher e outra de apoio a Grupos Vulneráveis, além de uma terceira célula relacionada à Integração Comunitária."
Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará
Em nota

Outra medida destacada pela Secretaria da Segurança foi a criação de um portal que facilitou o pedido de mulheres por medidas protetivas de urgência, em uma parceria entre a Polícia Civil do Ceará (PCCE), a Secretaria das Mulheres (SEM) e a SSPDS. O lançamento ocorreu em agosto de 2023.

"Já no âmbito da Polícia Militar do Ceará (PMCE), o Grupo de Apoio às Vítimas de Violência (Gavv) do Comando de Prevenção e Apoio às Comunidades (Copac) presta suporte contínuo às mulheres e demais integrantes dos grupos vulneráveis. Em média, 2.500 atendimentos permanentes são realizados mensalmente", acrescenta a Pasta.

A Secretaria da Segurança Pública lembra a importância da denúncia, para evitar crimes e iniciar investigações de violências contra as mulheres. Confira os canais:

  • Disque 190 - número da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops);
  • Disque 180 - Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos;
  • Telefone 181 - o Disque-Denúncia da SSPDS;
  • Número (85) 3101-0181 - que está no aplicativo WhatsApp, por onde podem ser feitas denúncias via mensagem, áudio, vídeo e fotografia;
  • E-denúncia: site do serviço 181 (https://disquedenuncia181.sspds.ce.gov.br/).

Crimes que não param

Pelo menos três feminicídios já foram registrados no Ceará (sendo dois em Fortaleza e um no Município de Bela Cruz), neste mês de julho, segundo o Boletim Diário da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará - atualizado até o último domingo (13).

Entre os crimes, está o assassinato da enfermeira Clarissa Costa Gomes, de 31 anos, no bairro Jardim Cearense, em Fortaleza, no dia 9 de julho. O namorado da vítima, o gestor ambiental Matheus Anthony Lima Martins Queiroz, 26, foi preso em flagrante e denunciado pelo Ministério Público do Ceará (MPCE).

Foto-montagem do gestor ambiental Matheus Anthony Lima Martins Queiroz, preso em flagrante por matar a namorada, e da vítima de feminicídio, a enfermeira Clarissa Costa Gomes
Legenda: O gestor ambiental Matheus Anthony Lima Martins Queiroz foi preso em flagrante por matar a namorada, a enfermeira Clarissa Costa Gomes
Foto: Reprodução

Em entrevista ao Diário do Nordeste, o pai de Clarissa, o empresário Luciano Gomes, afirmou que acredita que o crime foi premeditado. "A arma do crime não tava no local. Eu não encontrei, nem a Polícia. Eu acho que ele já levou uma faca, intencionado (a matá-la). Teve uma briga corporal, e os vizinhos ouviram ela gritar 'Mateus, tu vai me matar'", contou o pai da vítima.

Depois de matar Clarissa, o suspeito ainda tomou banho na casa da vítima e trocou de roupa, segundo Luciano. "Como é que uma pessoa diz que é maluca, tem problemas de sanidade e faz uma coisa dessas?! Acredito que ele fez tudo planejado", completou Luciano.


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POSTADA POR GOMES SILVEIRA

COM INFORMAÇÕES DN

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