O anúncio da imposição de uma taxação de 50% sobre produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos, a partir de 1º de agosto, como divulgado pelo presidente estadunidense Donald Trump, continua como um ponto de tensão no cenário político.
Ao que noticiou o g1, o ex-presidente Jair Bolsonaro, cujo nome foi citado por Trump na carta que detalhava as taxas, afirmou não se alegrar com as sanções econômicas, mas sugeriu que a aprovação de uma anistia para casos judiciais poderia ser o caminho para a “paz para a economia”.
Em contrapartida, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem defendido a soberania nacional e sinalizou que pretende reagir caso as taxas sejam de fato aplicadas. O próprio presidente Lula chegou a afirmar que o país não se sujeitará a ser “tutelado” e que reagirá se as taxas forem efetivadas.
Conforme o g1, o governo planeja editar, até a próxima terça-feira (15), um decreto que regulamenta a lei da reciprocidade. O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou que o governo entende que “a taxação é inadequada e não se justifica”.
O pessebista disse, entretanto, que o Palácio do Planalto ainda trabalha para reverter a tarifa. “Entendemos que a taxação é inadequada e não se justifica”, falou, durante uma agenda que participou, na Grande São Paulo, neste domingo.
Neste sábado (12), o gabinete de Alckmin havia dito que o decreto seria publicado já na segunda-feira. O vice-presidente ainda deve se reunir com o presidente Lula para falar sobre o comitê formado por representantes do governo e da iniciativa privada, que irá chefiar para discutir a sanção.
As tarifas foram justificadas por Trump com base nos processos judiciais que o ex-presidente Bolsonaro responde no Brasil, além de decisões judiciais brasileiras contra grandes empresas de tecnologia americanas.
Nas redes sociais, Bolsonaro avaliou a decisão de Trump, afirmando que ela “tem muito mais, ou quase tudo a ver com valores e liberdade, do que com economia”. Apesar de não se alegrar com as sanções, o ex-presidente indicou que a solução para a questão estaria nas mãos das autoridades brasileiras.
“O tempo urge, as sanções entram em vigor no dia 1° de agosto. A solução está nas mãos das autoridades brasileiras. Em havendo harmonia e independência entre os Poderes nasce o perdão entre irmãos e, com a anistia, também a paz para a economia”, escreveu.
Aliados de Bolsonaro têm defendido uma anistia “ampla, geral e irrestrita”, que poderia beneficiar o próprio ex-presidente, que é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por acusações de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do estado democrático de direito e organização criminosa.
A movimentação para pautar o Projeto de Lei da Anistia no Congresso Nacional ganhou força entre os apoiadores do ex-presidente, com a intenção de votá-lo antes do recesso legislativo.
O senador Flávio Bolsonaro (PL), filho do ex-presidente, em entrevista à Globonews, disse entender que a pauta da anistia poderia levar Donald Trump a reconsiderar o “tarifaço”, chegando a mencionar uma “troca” da anistia pelo fim da taxa de 50%.
O líder do Partido Liberal (PL) na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante, protocolou em abril um requerimento de urgência para que o projeto, que inclui anistia aos envolvidos nos eventos de 8 de janeiro, seja levado ao plenário.
Contrariando a expectativa dos aliados de Bolsonaro, o projeto não foi pautado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos). Aliados de Motta relataram que a interpretação é de que não seria apropriado pautar o “PL da Anistia” como uma forma de evitar o “tarifaço”.
Uma nota conjunta divulgada por Motta e pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União), reforçou o entendimento de que as negociações com os Estados Unidos devem ocorrer no campo diplomático e econômico, excluindo a possibilidade de políticos utilizarem a anistia em “negociações paralelas”.
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