Ninguém compreende, até agora, qual o nó jurídico ata os pés e as mãos do Supremo Tribunal de Federal (STF) em relação ao destino do Eduardo Cunha (PMD-RJ), presidente da Câmara Federal. Na última terça-feira, o ministro Teori Zavascki afirmou que ainda não há prazo para levar a julgamento o pedido de afastamento do político. A saída do deputado, chamado de gângster e ladrão por colegas de parlamento na votação do impeachment, foi pedida em dezembro de 2015 por Rodrigo Janot. A demanda da PGR
enfrenta resistências no STF porque ministros avaliam que determinar a saída de um presidente de outro poder seria uma medida extrema e teria de ter argumentos jurídicos irrefutáveis. Sério? Cunha é alvo de uma ação penal, uma denúncia e um inquérito. Mentiu na CPI da Petrobras, ao negar possuir contas não declaradas no exterior, e foi citado pelos delatores Alberto Youssef, Júlio Camargo, Fernando Baiano, Ricardo Pernambuco e Pernambuco Júnior. O próprio STF o transformou em réu, sob acusação de corrupção e lavagem de dinheiro no esquema de pilhagem da Petrobras.Teria embolsado US$ 5 milhões. Na última semana, Cunha conseguiu mais uma blindagem na Câmara. Responderá apenas pela mentira. Daqui a pouco, se Dilma cair e Temer assumir, teremos um vice-presidente réu. Um vexame para o STF. Será que Lula está com a razão? O STF se acovardou e será desmoralizado por Cunha?
Demitri Túlio
Repórter Especial e cronista do O POVO
POSTADA POR GOMES SILVEIRA
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