O presidente Lula disse, em cadeia de rádio e TV na noite desta quinta-feira (17), que recebeu com surpresa as tarifas de 50% impostas pelo presidente norte-americano Donald Trump, e que está “indignado” com o apoio de políticos brasileiros a esse “ataque” às exportações brasileiras e à soberania nacional.
“São verdadeiros traidores da pátria. Apostam no quanto pior, melhor. Não se importam com a economia do país e os danos causados ao nosso povo”, disse Lula em discurso. A mensagem de Lula também faz menção a tentativa por parte de Trump de encerrar o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Mesmo sem citar nomes, a fala do presidente faz referência a Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, que se encontra licenciado do cargo de deputado e vive nos Estados Unidos em busca de apoio ao pai, réu no Supremo Tribunal Federal por tentativa de golpe de Estado.
O líder brasileiro declarou que “tentar interferir na Justiça brasileira é um grave atentado à soberania nacional”, e que o país respeita os princípios da presunção da inocência, do contraditório e da ampla defesa.
Relações comerciais
Lula também disse que o Brasil sempre apostou nas boas relações diplomáticas e comerciais, e que sempre esteve aberto ao diálogo com os EUA sobre as taxas. “Fizemos mais de 10 reuniões com o governo dos Estados Unidos, e encaminhamos, em 16 de maio, uma proposta de negociação”, afirmou.
“São falsas as alegações sobre práticas comerciais desleais brasileiras. Os Estados Unidos acumulam, há mais de 15 anos, robusto superávit comercial de US$ 410 bilhões de dólares”.
“Esperávamos uma resposta, e o que veio foi uma chantagem inaceitável, em forma de ameaças às instituições brasileiras, e com informações falsas sobre o comércio entre o Brasil e os Estados Unidos”, reforçou o petista, que saiu mais uma vez em defesa do sistema judiciário independente.
Defesa do Pix
Por conta da investigação comercial aberta por parte dos americanos sobre supostas práticas “desleais” por parte do Brasil, cujo documento cita sistemas de pagamentos nacionais, o chefe do executivo federal expressou confiança em “um dos sistemas de pagamento mais avançados do mundo” e que vai protegê-lo.
O petista também abordou o tema das Big techs e a legislação brasileira a partir do Marco Civil da Internet. “Para operar no nosso país, todas as empresas nacionais e estrangeiras são obrigadas a cumprir as regras. Ninguém — ninguém — está acima da lei”, declarou.
“É preciso proteger as famílias brasileiras de indivíduos e organizações que se utilizam das redes digitais para promover golpes e fraudes, cometer crime de racismo, incentivar a violência contra as mulheres e atacar a democracia, além de alimentar o ódio, violência e bullying entre crianças e adolescentes, em alguns casos levando à morte”, movimentos que, segundo o presidente, trouxeram também desacrédito na vacinação.
Reuniões com setores da economia
O presidente lembrou que o governo está se reunindo com representantes dos setores produtivos, sociedade civil e sindicatos em “defesa do Brasil”, e que fará isso de “cabeça erguida”. O vice-presidente Geraldo Alckmin foi designado por Lula para negociar as tarifas com os representantes americanos.
Não há vencedores em guerras tarifárias. Somos um país de paz, sem inimigos. Acreditamos no multilateralismo e na cooperação entre as nações. Mas que ninguém se esqueça: o Brasil tem um único dono – o povo brasileiro", disse.
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